Cada barriga, uma vivência: porque cada gestação é única
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Cada barriga, uma vivência: porque cada gestação é única

Quando engravidei do José, meu primeiro filho, tudo foi uma surpresa. Sério, nada do que li ou conversei à respeito me preparou para o que era uma gestação. Entre calores hormonais, inchaços alucinantes e uma barriga e-n-o-r-m-e, eu vivia a minha vida como se nada estivesse acontecendo. Continuava trabalhando 12hs por dia, treinando às 6:00 da manhã, saindo à noite e empurrando literalmente com aquele barrigão tudo que fosse do bebê. Fui pensar em RPG pro parto quando não aguentava mais de dor nas costas, lá pelo 7 mês, por pura sobrevivência. O quarto ficou pronto nos 45 do segundo tempo e aquele universo materno era tão abstrato, que eu ficava pensando que horas ia bater aquele amor alucinante que todo mundo andava me dizendo que viria.

Aí o José nasceu. Foi avassalador.

Eu, que tinha medo da licença-maternidade, porque não me imaginava trancada em casa com um bebê, não queria ver nada nem ninguém. Meu mundo era ele, nossas mamadas sem pressa e todo aquele amor absurdamente enorme me inundando a cada dia.

Aí, mais de três anos depois veio o Martin, ou por ora, a barriga dele. Tendo em vista que já sou mãe, imaginava que essa gestação seria muito mais concreta, afinal eu já conheço de cor e salteado todo o pacote amor-preocupação-insanidade materna. Mas, não é que não? A barriga chegou mais rápido, senti antes o primeiro chute, tenho uma azia inseparável desde o primeiro dia, coisa que nunca tive no José, o tempo voa mais do que antes, mas a gravidez em si continua sendo um mistério. É tão impalpável quanto a do José. É tão abstrata e cheia de questionamentos quanto a primeira. Modelo esqueço que estou grávida umas 10x ao dia. Ok, as dúvidas, neuras e etc podem ser outras, talvez mais leves em alguns pontos e mais complexas em outros, mas estão ali, sempre presentes.

O que fica dessa reflexão? Cada gravidez é uma, ainda que seja a mesma mãe. Cada pequeno detalhe do seu momento de vida pode fazer com que você viva aquela barriga de um jeito diferente. Acho que o negócio é respeitar o que vem, cuidar da cabeça, do corpo, da alma e não acreditar em fórmulas prontas. Afinal, só você sabe a dor e a delícia de ser o que é.

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